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Uerj concede título de Doutor Honoris Causa ao
professor e engenheiro civil Luiz Bevilacqua

 

A concessão do título foi pleiteada pelo Instituto Politécnico do Estado do Rio de Janeiro (IPRJ) da Uerj, em março de 2021, e aprovada em dezembro, pelo Conselho Universitário. Os docentes que assinaram o pedido destacaram o papel fundamental do professor na formação da unidade, nos anos 80, junto ao então secretário estadual de Ciência e Tecnologia, José Pelúcio. Entre as contribuições, também estão a participação em bancas de professor titular, mestrado, doutorado, além da coautoria em diversos artigos e pesquisas de docentes do IPRJ.

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Confira a reportagem da TV Uerj - YouTube

 

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) entregou, na última terça-feira (27), o título de Doutor Honoris Causa ao professor Luiz Bevilacqua, membro titular da Academia Brasileira de Ciências, em reconhecimento à sua contribuição na esfera acadêmica, especialmente na área da Engenharia. A honraria, criada em 1965, é a mais alta concedida pela Universidade a personalidades de destaque brasileiras e estrangeiras, por suas produções e ações nas áreas da cultura, educação e humanidade.

Em sua trajetória profissional, Bevilacqua ocupou diversos cargos de relevância, como o de secretário-geral do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, diretor científico da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e diretor da Agência Espacial Brasileira.

Pensador contemporâneo, analisa os avanços e retrocessos da industrialização brasileira desde a década de 1970, defendendo que a salvação do Brasil, como nação moderna, acontecerá se o país souber embarcar no “trem do conhecimento” – segundo ele, a indústria do século XXI. O professor defende ainda que os cursos de graduação passem por uma transição acadêmica e organizacional, para que sejam ministrados em centros interdisciplinares e fujam da estrutura de departamentos, porque acredita que o ensino superior deve ser fundamentado na troca de experiências, no lugar de um sistema educacional monolítico.

Professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde se graduou em Engenharia Civil em 1959, Luiz Bevilacqua fez especialização em pontes e grandes estruturas na Universidade de Ciências Aplicadas de Tecnologia de Stuttgart, na Alemanha, e doutorado em mecânica teórica e aplicada na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Criou o Programa de Engenharia Civil da Coppe-UFRJ. Também fundou e esteve à frente da Reitoria da Universidade Federal do ABC (UFABC). Foi ainda vice-reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

Aos 85 anos, o professor demonstra disposição para continuar contribuindo com o desenvolvimento universitário da pesquisa. “Estamos vivendo uma época em que há uma revolução cultural em andamento, nos mesmos moldes que aconteceu a revolução industrial no início do século passado. Nós não podemos perder este momento sob pena de ficarmos submissos a uma cultura que vem de fora. Por isso, nós devemos contribuir positivamente para o desenvolvimento cultural da sociedade e não ficarmos submissos. Para isso, precisamos de um grande esforço para a área educacional.”, declarou o homenageado.

O reitor Mario Carneiro agradeceu, em nome de toda a Universidade, pela oportunidade de conceder o título a alguém com uma trajetória acadêmica vasta e de extrema importância. “É uma honra ver um professor com sua história, que dedicou sua vida ao ensino e à pesquisa, e é uma honra também para a Uerj conceder o título”, afirmou.

De acordo com o homenageado, nos últimos cinco anos, houve uma defasagem no sistema universitário brasileiro. Em seu discurso, ele disse acreditar na união entre as universidades para resgatar o prestígio. “Temos que recuperar esse tempo perdido, e eu confio muito na Uerj, na UFRJ, em todas as nossas universidades, para que a gente possa recuperar o nosso protagonismo no cenário internacional. Nós somos muito bons, somos casas de excelência!”, ressaltou.

Segundo Bevilacqua, a honraria recebida da Uerj representa mais do que uma homenagem pessoal. “Nunca trabalhei na expectativa de ter um título, mas quando vem, a gente se emociona e fica feliz porque existem pessoas que consideram o ensino, a pesquisa e o sistema universitário importante para o país e para a nossa inserção no mundo. Então, isso é muito significativo. Na realidade, esse título não é somente meu, é de todos nós”, finalizou.

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